Apesar de um grande (e infundado) preconceito que muitas pessoas ainda têm com relação à convivência entre crianças e pets, especialmente gatos... Contudo, a experiência do dia-a-dia tem demonstrado que muitos pontos positivos podem ser extraídos desta coexistência.
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Foto: Arquivo pessoal Laurence Esgalha |
Logicamente que alguns cuidados devem ser tomados, visando o bem-estar de ambos – crianças e gatos – sempre com uma boa dose de paciência e sensibilidade.
Os gatos são animais sociais, plenamente capazes de estreitarem laços com outras espécies, inclusive com os mini-humanos, ou melhor, com as crianças. Mas nunca é demais lembrar que os felinos que nos fazem companhia tendem a sentir medo e insegurança diante de situações perigosas ou estranhas do ponto de vista deles.
Neste sentido, é importante ter em mente uma característica intrínseca dos gatos: só costumam atacar quando se sentem acuados e não possuem uma rota de fuga, pois, se sentem medo ou insegurança, a primeira reação é fugir e buscar abrigo, mas raramente atacar.
Esta é, portanto, a primeira regra de ouro para uma convivência saudável entre gatos e crianças: a estas últimas deve ser ensinado que os gatos não são como brinquedos, não gostam de ser agarrados à força, nem tampouco de serem perseguidos o tempo todo.
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Foto: Arquivo pessoal Laurence Esgalha |
Além disso, é importante ensinar a criança a brincar com o gatinho. Os felinos adoram deixar aflorar seu instinto caçador e, muitas vezes, mãos e pés dos humanos se tornam a “caça” preferida! Para evitar arranhados e machucados, deve-se ensinar à criança a sempre brincar com o gato com um brinquedo, oferecendo, por exemplo, um bicho de pelúcia para que seja a “vítima” dos abraços do vigoroso caçador!
Ainda tratando da questão das mordidas e arranhaduras, vale mencionar que gatos filhotes podem apresentar o que se denomina agressividade lúdica, que consiste, justamente, em utilizar as garras e os dentes para brincar com tudo e todos que enxergam pela frente. A melhor forma de evitar que as pernas das crianças se tornem um alvo de brincadeiras é proporcionar atividades interessantes ao gato que podem, inclusive, ter as crianças por perto para ocorrerem. Um exemplo são jogos com bolinhas de ping pong ou de papel, que os gatos adoram perseguir, ou luz de laser nas paredes (tomando muito cuidado para não apontar para os olhos do bichano e lhes causar algum dano, deve ser sempre uma brincadeira executada por adultos), que proporcionarão muitas risadas nos pequenos diante dos saltos dos gatos! Quanto mais atividade o gato tiver, com locais altos para escalar e explorar, menos necessidade terá de exercitar seus dotes de caçador nas mãos e pés das pessoas.
Vale lembrar, também, que a chegada de um bebê a uma família com um gatinho pode causar estresse ao felino. Para evitar que aquele antes querido e companheiro pet se torne desconfiado e passe boa parte do tempo escondido, é importante fazê-lo associar, sempre, o nenê a coisas positivas. Assim, quando o baby estiver por perto, somente consequências agradáveis devem surgir para o gato, como comidas gostosas, atenção e brinquedos de que ele goste muito.
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Foto: Arquivo pessoal Laurence Esgalha |
Finalmente, um cuidado rotineiro que pode fazer toda a diferença é manter as unhas dos gatos sempre aparadas, para que eventuais brincadeiras não gerem arranhões nas crianças.
Seguindo essas dicas, a convivência entre gatos e crianças da família tende a ser uma experiência muito rica e prazerosa para todos!
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Cassia Rabelo Cardoso dos Santos
Colabora com textos para diversas publicações como o Guia Universo Pet, a Revista Pulo do Gato e a Revista Expressão. É adestradora da Cão Cidadão, franquia criada pelo especialista em comportamento animal Alexandre Rossi, que há mais de 10 anos atua no mercado oferecendo serviços de adestramento e consultas de comportamento em domicílio para gatos, cães e outros pets.
www.caocidadao.com.br