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Casa dos Gatos | ONG Felina

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Casa dos Gatos | São José dos Campos - SP


Muitos de nós ouviram falar em protetores de animais e ONGs, mas a maioria não conhece a rotina e a paixão real das pessoas envolvidas. Essa nova coluna ONG Felina do Tudo Gato tentará esclarecer a verdadeira vida dos protetores e ONGs sérias espalhadas pelo Brasil, e mostrar quão difícil (e também divertida, porque não?) é seguir os valores do "Bem Estar Animal".

Nessa estreia, trouxemos a entrevista com uma das protetoras que conheci recentemente, em São José dos Campos - SP, em um de meus projetos - O Projeto Foto do Bem - Edição Pets– que fica para a próxima ;)

Joana Melo é jovem e extremamente persistente (e consistente) em sua ideologia. O que mais me chamou atenção em visita a um dos abrigos que Joana cuida com outros voluntários, é o amor que os animais demonstram quando ela chega. E esse amor sabemos, é sincero e esclarece muito sobre a pessoa que convive com peludos.

Joana Melo e seus gatos | Foto: Thiago

Leia abaixo a entrevista! Espero que curtam!


Tudo Gato: Quando começou a trabalhar com voluntariado na causa animal? Conta pra gente como percebeu que podia fazer algo...

Joana Melo: A paixão pelos animais vem desde criança, quando eu levava pra casa tudo que eu encontrava ferido pela rua, desde gatos até pombos, mas teve uma situação que mexeu muito comigo. Há alguns anos, eu estava voltando de uma viagem e passei por um cão aparentemente morto devido a um atropelamento. Passei por ele e fui embora, mas um pouco adiante, alguma coisa me mandava voltar. Parei o carro, pensei e fiz a volta. Parei do ladinho dele, buzinei e nada. Mesmo assim, desci e o cutuquei. Foi ai que veio a grande surpresa, ele estava vivo! Me olhou com aquela carinha de “socorro” e eu entrei em desespero. A cena era feia. Coloquei ele no meu casaco e torci muito para encontrar um veterinário logo. Ele ficou internado por quase 2 meses. Teve as duas patas quebradas e mais um monte de problemas. Visitava ele constantemente até que um dia a veterinária me deu a melhor noticia do mundo: Ele já estava bem e já tinha ganhado até um lar. O Negão cativou a todos e uma das funcionarias da clinica o adotou. Desde então, eu passei a tomar muito cuidado com animais atropelados, pois muitos não morrem na hora e sim por falta de socorro.


TG: Qual foi a maior dificuldade no início? Essa dificuldade ainda é a mesma ou há preocupações diferentes?

Joana Melo: A maior dificuldade sempre é a de encontrar abrigos, lares temporários. As vezes não temos como ajudar por que não temos aonde hospedar. Quando posso, acabo ajudando com um tratamento que o animal necessite, com ração ou qualquer outra coisa que esteja ao meu alcance.


TG: Quais diferenças em ser protetora independente e em uma ONG?

Joana Melo: A diferença é que quando você fala de uma ONG como a OPAR, há mais credibilidade e contamos com a experiência do presidente da ONG para ajudar em alguns casos e principalmente com a ajuda na hora de doar um bichinho nas feiras. Esse ano, a OPAR ganhou um prêmio pelo excelente trabalho, 1 tonelada de ração e o presidente dividiu entre os voluntários. Uma ONG é como uma família. Todos que estão ali, sentem o mesmo que você e ninguém te olha como louca quando diz que alugou uma casa para abrigar quase 50 gatos. rs


TG: Hoje você faz parte do quadro efetivo de uma ONG. Como é o cotidiano?

Joana Melo: Por dia recebemos cerca de 20 pedidos de ajuda, seja uma opinião, um conselho, a divulgação de algum animal desaparecido ou um pedido de resgate. Quando posso, resgato, levo no veterinário, cuido, castro e levo todos os finais de semana para as feiras de adoção, até que encontre uma ótima família.
Há pessoas que não entendem que o nosso trabalho depende apenas de nós e ficam bravos quando não podemos fazer nada. Acham que por ser uma ONG, recebemos ajuda do governo ou que nadamos em dinheiro, mas não é verdade. O dinheiro de todo e cada tratamento, hospedagem, ração, sai do nosso próprio bolso ou de padrinhos e tem horas que fica inviável pois há voluntários com a guarda de 20, 30 animais.


TG: Conta um pouco sobre a ajuda de voluntários em geral. Qual a importância deles e como ajudar? Quais as diferenças entre o voluntariado na causa animal?

Joana Melo: A diferença é que contamos apenas com nós mesmos e com a ajuda de outras pessoas sensíveis a causa. Não recebemos ajuda da prefeitura nem nada do tipo. Cada voluntário é responsável pelo animal que resgata. Há também aquele voluntário que atua a distancia, apadrinhando um animal, ajudando com ração, medicamento, divulgação. Isso é essencial nesse trabalho.


TG: Qual seu maior objetivo e quais os avanços na questão animal hoje?

Joana Melo: Meu maior objetivo é sem duvidas castrar todos os animais de rua, pois é a única forma de acabarmos com todo o abandono. Já venho trabalhando com isso há um bom tempo ao lado da Dra. Pollyana Coelho e do começo do ano pra cá, já castramos quase 200 gatos, só com a ajuda de pessoas que apadrinham alguns gatinhos e com algumas vendas de rifas e outras coisinhas. Sem duvidas as pessoas estão entendendo melhor os benefícios da castração e estão entendendo e respeitando mais o trabalho dos protetores. Antes riam da gente, hoje nos apóiam.


TG: Você ainda possui dois abrigos independentes da ONG, a CG (Casa dos Gatos) e a CC (Casa dos Cães). Fale um pouco sobre os dois.

Joana Melo: A CG nasceu no começo do ano, quando retiramos 46 gatos do Pinheirinho. Por serem mais sensíveis do que os cães, era difícil para eles viverem no haras (onde abrigamos também mais de 30 cães) e então alugamos uma casa só para os gatos. Passamos por cada coisa. Os gatos adoeciam com facilidade, pegaram fungo, giárdia, gripe, conjuntivite. Até todos estarem saudáveis e castrados, foi uma batalha, mas já doamos uns 40 gatos só do Pinheirinho. Hoje a CG abriga aproximadamente 20 gatos retirados das ruas e de situações onde os tutores não podiam mais ficar com eles. Estão em tratamento e alguns esperam castração para irem para adoção. Quanto aos cães, achávamos que teríamos tempo para doarmos todos, mas acabamos sendo expulsos do haras e naquele desespero de não ter para onde leva-los, saímos distribuindo em todos os canis que conhecíamos e levei 4 para a CG. O problema era que cada hospedagem custava 300 reais mais a ração e estava ficando difícil, mesmo com a ajuda de alguns padrinhos e madrinhas. Foi ai que a minha mãe, o meu anjo da guarda, conversou com uma amiga e alugou o fundo da chácara dela, onde construímos 17 canis. Hoje tenho a guarda temporária de 13 cães, todos são vacinados e a maioria já esta castrado e prontos para adoção.


TG: Conte pra nós alguma situação engraçada em sua vida como protetora de animais?

Joana Melo: Uma vez eu estava correndo pela rua atrás de um cachorro. Estava toda arrumadinha, de terninho e salto alto. As pessoas me olhavam como se eu fosse doida e eu gritava: Ta tudo bem! Sou protetora de animais.
Depois de horas, tombos e mordidas, consegui pegar o cachorrinho e um rapaz que ficou vendo a cena passou por mim e disse: Olha ai a Barbie protetora de animais.


TG: Deixe uma mensagem para os leitores do Tudo Gato!

Joana Melo: Olá pessoal que acompanha o Tudo Gato!!!
Em primeiro lugar, gato é tudo de bom, é?! E vicia que é uma coisa...Eu tenho 8...rs
Quem não pode adotar mais um bichinho, pense na possibilidade de se filiar a uma ONG séria. Nosso trabalho depende muito da colaboração de pessoas que assim como nós, amam os animais.
É uma delicia participar das feiras e ver os animais indo para novos lares. É uma alegria, uma emoção que não tem tamanho. Quem esta lá dentro e conhece a historia de cada um tem que se controlar pra não sair dando pulos de alegria.
Pesquisem, procurem saber das necessidades. As vezes pensamos que temos muito pouco para doar e que um saco de ração não é nada, mas se cada um fizer um pouquinho, ajudar um pouquinho, juntos conseguiremos muito!!
Obrigada pela atenção e até a próxima!

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Se quiser saber como ajudar a Casa dos Gatos, entre em contato:
- (12) 7898-2998
- jujulissa@gmail.com



Ci Kaneyuki

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